Por Diego Nascimento
O Marketing Pessoal é um assunto muito sério e vai além do tradicional conjunto de dicas de aparência (externa) que aprendemos em cursos. Ao contrário do que talvez esteja pensando por causa do título do artigo, não oferecerei um plano miraculoso para retirada de nomes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou Serasa, mas compartilharei sobre a importância da sinceridade no relacionamento interpessoal. Você já teve a triste experiência de estar perto de pessoas que se destacam nos discursos e agem de forma contrária? Avalio que sim. O mercado de trabalho está cheio de gente com esse perfil e que mais cedo ou mais tarde colherão os frutos do que chamamos hipocrisia.
Recentemente fui convidado a ministrar uma palestra sobre Ética Empresarial e, ao longo de minha fala, contei de forma breve a história de meu avô materno. Dos 82 anos de vida, ele passou quase sete décadas como lavrador e capinando pés de café. A razão para tratar do Sr. Lázaro (Sô Lazo) naquela ocasião era óbvia: o evento em que participei foi organizado pela Associação Comercial e Empresarial do município onde ele nasceu, viveu e deu o último suspiro. Ao término da palestra, fui abordado por um homem que disse: “– Diego, você não me conhece pessoalmente, mas parte dos pés de café em que seu avô trabalhou aqui na cidade pertenciam à minha família. Sinto falta de nossas conversas e de seu exemplo como cidadão. Mesmo sem ter frequentado a escola e mal sabendo assinar o próprio nome, Sô Lazo jamais precisou de uma nota promissória para garantir o pagamento de suas contas. Era um homem de palavra dentro e fora de casa.”
Confesso que ouvir aquele testemunho encheu meu coração de alegria e, ao mesmo tempo, fez com que eu reafirmasse o que sempre digo: nosso nome é um bem precioso, único e pode abrir ou fechar portas. A maneira como tratamos as pessoas faz com que se aproximem ou se afastem. Prefiro mil vezes a simpatia ao invés do autoritarismo praticado por um determinado grupo que tenta (sem êxito) provar alguma coisa. Nenhum cargo, remuneração ou oportunidade na carreira justifica apontamento de dedos, abordagens humilhantes em público ou cara feia. Meu avô deixou saudade. E nós? Deixaremos o mesmo rastro?
Iniciei falando do Marketing Pessoal e terminarei com ele. A etiqueta de um terno ou vestido não representa absolutamente nada quando uma palavra não é cumprida, um discurso fica apenas na teoria e a maledicência (falar mal dos outros) faz parte do currículo de vida.
Que continuemos nadando contra a maré e fazendo a diferença!