Por Diego Nascimento
Sim, preocupo e muito com a imagem que transmitimos para as pessoas ao nosso redor. Um ato ou uma palavra falha hoje trará consequências danosas para a vida inteira. O mais lamentável disso é que tem gente que insiste no erro sabendo que está trilhando o caminho difícil, mas por orgulho prefere não se redimir ou reconhecer o penhasco em que está prestes a cair (se já não despencou).
Comparo esse raciocínio à uma viagem que fiz dias atrás. Percorri centenas de quilômetros por uma rodovia pedagiada, mas repleta de buracos e remendos no asfalto. Para piorar enfrentei uma enorme enxurrada quando alcancei um trecho com muita chuva. Qual foi minha percepção a respeito da concessionária que administra a estrada? Péssima! E mesmo que consertem tudo o que relatei nesse parágrafo a má impressão continuará guardada em meu subconsciente.
Você pode fazer dez coisas boas mas, se falhar em uma, as pessoas manterão o foco no seu tropeço. Somos seres humanos inseridos em diferentes cenários e, com isso, todo o cuidado é pouco. Por outro lado, há quem cometa equívocos na tentativa de acertar e a humildade que carregam os fazem recomeçar ou mudar o percurso. Parabenizo quem faz parte desse grupo e deixo meu alerta para os que caminham na rota contrária e ficam eternamente marcados por atos cometidos não por ingenuidade, mas pelo melindroso senso de aventura misturado a arrogância.
Um currículo representa 50% de um profissional; o restante é demonstrando pela atitude com colegas, clientes e a instituição de forma geral. No livro “Se pudessem voltar no tempo, estas 500 pessoas não…” o escritor João José da Costa trata do arrependimento e as frustrações por decisões erradas que são comuns e que fazem parte do nosso processo de aprendizado. Na página 136 ele conta de um homem que era conhecido por sua capacidade em “enrolar” no ambiente de trabalho, até que conseguiu uma promoção e foi trabalhar no exterior. Depois de 15 meses em terras estrangeiras suas técnicas de manobra foram rapidamente identificadas e nosso “executivo” foi sumariamente demitido. Ao retornar ao país veio a surpresa: sua imagem estava completamente desgastada no mercado e ele foi obrigado a aceitar cargos inferiores em virtude de uma “esperteza” plantada no passado, mas com frutos amargos no futuro.
Você tem vidas: a pessoal, a profissional, a social … são fases das quais não conseguirá se desprender. Olhe à sua volta, busque rotas acertadas e fuja ao menor sinal do “jeitinho”. Conheço quem ficou com a imagem deteriorada por ter escolhido caminhos e companhias erradas ainda na mocidade. Muitas delas conversaram comigo em busca de uma nova oportunidade de trabalho e digo: o processo é lento, doloroso e pode não surtir o resultado desejado.
Merecemos uma segunda chance? Sim! Como profissional da comunicação tenho acompanhado casos muito interessantes de superação e, também, de recaída. Tudo está ligado às escolhas que não poderão ser ocultadas por muito tempo pelo melhor discurso ou currículo (máscaras caem). Como diria o presidente Abraham Lincoln: “Você pode enganar pessoas todo o tempo. Você pode também enganar todas as pessoas algum tempo. Mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo.”
Abra os olhos!