Por Diego Nascimento
Faz alguns dias que visitei uma família muito estimada. Após alguns instantes de conversa que envolveu história e cultura internacional caminhei por alguns cômodos e cheguei a um pequeno museu que, entre relíquias e imagens raras, guardava o pedaço de um uniforme da Segunda Guerra Mundial. Observei atentamente e percebi que aquele pano registrava uma mensagem em Inglês e, paralelo ao texto, o mesmo conteúdo em algum idioma asiático. Como a curiosidade é minha companheira perguntei o propósito daquilo e descobri que o avô dos meus amigos, que havia integrado as forças de combate norte-americanas, era piloto de avião e aquela mensagem tinha a missão de identificá-lo no caso de um pouso de emergência ou queda da aeronave. Imediatamente um filme passou por minha mente e fiquei imaginando por quantos cenários aquele pedaço de tecido havia passado. História tem dessas coisas…
Qual a relação desse fato com o texto de hoje? A resposta é simples: nossa jornada enquantoprofissionais nos presenteia com momentos de vitória e, também, de perdas. Precisamos estar prontos para ambos. O que me preocupa é que conheço gente que detesta a palavra “perda” e sempre tenta desconectar o nome de eventos em que a imagem pessoal é, de alguma forma,comprometida. Tentam a todo custo “apagar a identificação” dessa ou daquela situação por puro orgulho. Eu já fui assim um dia. Mas aprendi que algumas quedas servem de impulso para saltar obstáculos maiores. Talvez você se pergunte: “Mas e se as perdas e quedas forem constantes na vida profissional de alguém?” É certo que algo de muito sério está acontecendo e um diagnóstico precisa ser realizado para um tratamento que gere resultados; mas isso é assunto para outro artigo.
Interessante como a era digital divulga uma felicidade fria e sem significado. Abra alguma rede social, por exemplo, e veja as fotos: a impressão que se tem de grande parte delas é que todos vivem em harmonia, felizes com tudo e em paz com o próximo. Mentira. Ostentação desnecessária e longe dos desafios reais. Poucos realmente retratam o sentido verdadeiro dos sorrisos. São fatos assim que fazem com que eu defenda assumirmos os erros e celebrarmos as vitórias, sempre! Falou algo que não devia? Peça desculpas. Tomou uma decisão no calor das emoções?Volte e corrija (se ainda houver tempo). A lista é extensa, mas a harmonia que se busca no lar também é fundamental no ambiente de trabalho. Embora você e eu não sejamos perfeitos precisamos ter foco em fazer o melhor.
Encerro dizendo o seguinte: a exemplo do nosso aviador herói e vitorioso (citado no primeiro parágrafo) mantenha sua identificação estampada caso esteja voando alto, caso necessite de um pouso de emergência ou, na pior das hipóteses, cair. Aquele homem estava pronto para qualquer uma dessas situações e seu nome estaria marcado em todas elas. E na sua vida profissional: você está pronto e preparado para tudo? Se sua resposta for sim, parabéns! Se sua resposta for não, sugiro que inicie um tratamento riscando de seu dicionário de vida duas palavras perigosas: orgulho e soberba! Até a próxima!